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Euribor: Taxas a subir

A guerra que se faz sentir na Ucrânia, afetando milhões de vidas dos cidadãos daquela nação, está a trazer, como é previsível, efeitos a vários níveis a todo o Mundo. Não estamos aqui para falar de todos, mas sim para focar no tópico que vai mexer no bolso de milhões de tomadores de crédito habitação por todo o país – a subida das taxas da Euribor.

Toda esta situação de incerteza, vai afetar a economia e as taxas de juros com que os bancos negoceiam e por isso mesmo também as taxas dos nossos empréstimos e créditos habitação- Esta conjuntura atual está a provocar um aumento impressionante das taxas da Euribor. Com valores negativos desde novembro de 2015, assistimos a pontos positivos na Euribor a 12 meses durante o mês de maio. A taxa a 6 meses está a poucos passos de passar para o mesmo estado nos próximos tempos. Por sua vez, a taxa a três meses viu desaparecer metade do valor negativo que acumulou nos últimos anos prevendo-se a sua chegada a valores positivos em setembro.

Estes aumentos não trazem perspetivas animadoras para a vasta maioria dos 1,45 milhões de contratos de crédito de habitação. As sucessivas subidas da Euribor trazem dois efeitos negativos, um a curto e outro a longo prazo:

  1. O efeito mais visível a curto prazo é a subida das prestações por causa do aumento dos juros a pagar. Os contraentes dos créditos com taxas a 12 meses já irão sentir as consequências deste aumento no próximo mês, com um aumento imediato de algumas dezenas de euros, consoante o valor da prestação. A par com esta consequência da subida das taxas, particularmente nas taxas a 12 meses, é a perda dos descontos nos spreads, que sabemos ser a margem comercial do banco. No caso dos spreads mais baixos, por exemplo de 0,25 e 0,5%, estes chegaram a ser totalmente perdidos, devido ao valor negativo das taxas de juro. No final do ano passado a Euribor de seis meses estava nos -0,554%, ou seja, anulava spreads até 0,5% e reduzia os de 1% para metade. Com esta subida das taxas (e também da inflação) os tomadores de crédito habitação irão pagar por inteiro os spreads das suas prestações.
  2. O efeito menos visível, sem deixar de ser o mais importante a longo prazo, é que as subidas das taxas para valores positivos reduzem o poder e compasso da amortização do capital em dívida, porque sabemos que a prestação é a soma dos juros e da amortização dos valores ainda devido. Isto leva a que milhares de euros que se tinham vindo a poupar ao longo destes 7 anos, sejam interrompidos.

Como combater estas subidas? Aqui estão alguns exemplos:

  • Renegociar com o seu banco – o Governo legislou, em 2021, que as entidades bancárias têm de ser mais diligentes no caso de clientes com dificuldades em cumprir o seu contracto. Portanto:
    • Tentar melhor spread – Se tiver recebido um aumento ou tenha conseguido despachar um outro crédito (por exemplo de máquina de lavar, portanto crédito ao consumo), poderá apresentar estes novos documentos no seu banco de modo a poder ter trunfos para uma negociação do spread.
    • Taxa fixa ou mista – Outra ideia poderá passar por tentar negociar uma taxa fixa ou mesmo mista. Ajudará a que que, pelo menos durante alguns anos, os juros não terão oscilações, porque queremos aqui lutar contra subidas que poderão acontecer.
  • Renegociar os seguros – Por vezes esquecemo-nos destes custos. Com o crédito habitação temos seguros de habitação, multirrisco e de vida. Com tanto que nos passa pela cabeça por dia, olhando para as nossas contas, por vezes passam ao lado estas expensas. Podemos sempre ver propostas de seguros fora do âmbito dos bancos, tentando com as seguradoras diretamente. Sempre há possibilidade de poupar alguns euros por esta via.
  • Mudar de banco – Se o nosso banco não nos propõe uma negociação que nos agrada, temos sempre a possibilidade de pedir um crédito de consolidação com outra entidade bancária. Basicamente, o nosso crédito é comprado pelo banco novo e passamos a nossa dívida para este. Tentar não custa, podemos ser surpreendidos pelas propostas.
  • Amortização parcial – Se possível, tendo algum dinheiro de lado, pode-se amortizar uma parte do crédito. Será obviamente a melhor solução, caso tenhamos algumas poupanças que não interfiram no quotidiano.

Estas são algumas das soluções para este aumento e atenuar os seus efeitos. Veja com o seu banco, fale com o vosso gestor, fale com o vosso mediador de seguros. Não deixe para amanhã! Nós estamos aqui para ajudar com qualquer renegociação. Entre em contacto connosco!