euopto

Palácios de Amor

Esta a chegar o dia de São Valentim e o amor está no ar! Mesmo que não possamos sair para celebrar, temos de ter espaço no coração para o amor. No Dia dos Namorados, há sempre tempo para um carinho, uma flor, um jantar ou para construir um palácio… Sim, construir uma verdadeira obra de arquitetura em nome do amor. Podem não o ser oficialmente, mas vamos falar sobre sobre Palácios de Amor!

A mais conhecida construção em nome do amor é o Taj Mahal. Uma das Sete Maravilhas do Mundo, situada em Agra, na Índia, é sobejamente conhecido por todos. O que nem todos sabem é que esta maravilha não é um palácio, mas sim um mausoléu. Mandada edificar pelo Shah Jahan, o imperador Mughal, em homenagem à sua amada Mumtaz Mahal, que faleceu em 1631, esta “jóia de arte muçulmana na Índia” demorou cerca de dezasseis anos a ser completada, entre 1632 e 1648. Tem o túmulo de Mumtaz Mahal e do próprio imperador, como elemento central de um complexo de 17 hectares, que inclui uma mesquita, casa de hóspedes e jardins cercados, em 3 lados, por um muro em ameias. Ficou a fachada frontal que, ainda hoje, após 350 anos, delicia as vistas de todos que a veem.

Na Europa, temos vários exemplos mas hoje escolhemos falar apenas de um: o Palácio de Mirabell, situado na cidade de Salzburgo, na Áustria. Foi edificado em 1606, pelo Príncipe-Arcebispo Wolf Dietrich von Raitenau para a sua princesa, Salome Alt. Embora tenha sofrido obras de restauro ao longo dos séculos desde a sua construção, o seu interior mantém a beleza intocada das suas origens. Intrínsecas obras de entalhe, esculturas lindas e escadarias fabulosas, demonstram o afeto que o príncipe sentiu pela amada. A par com os jardins lindíssimos, o palácio é considerado um monumento histórico e Património Mundial da UNESCO, como parte do centro histórico de Salzburgo.

Por cá, temos dois ótimos exemplos. Em Sintra, o Chalet da Condessa d’Edla. No séc. XIX, chega a Portugal o que viria ser rei-consorte, D. Fernando de Saxe-Coburg e Gotha, para casar com a D. Maria II. Após a morte desta em 1853, D. Fernando tornou-se regente do filho, futuro D. Pedro V, durante dois anos. Anos depois, o viúvo conhece Elise Hensler, uma cantora de opera suíça, no Teatro Nacional de São Carlos, casando-se com ela em 1869. Foi um casamento feliz, unidos pelo amor à cultura. D. Fernando pede ao primo, o Duque Ernesto II de Saxe-Coburgo e Gotha um título para dar, dias antes do enlace, a Elise, agora a Condessa d’ Edla. Infelizmente, o casamento nunca foi bem aceite pelo público. Como tal, escolheram o Palácio da Pena, com o parque envolvente como lar e refúgio. A própria condessa desenhou e projetou o chalet onde acabaria por viver. Tanto o chalet como o jardim em seu redor são de extrema sensibilidade romântica e caráter privado. Estrategicamente situado a poente do Palácio da Pena, o edifício é inspirado nos chalets alpinos, num estilo então muito em voga na Europa. D. Fernando morre em 1885, deixando em testamento todos os seus bens, incluindo o Castelo de Mouros, o Palácio da Pena e o chalet à viúva. Isto levou a um processo judicial, para que este património passasse para as mãos da Coroa. Eventualmente, a Condessa vendeu, ao Estado, tudo que tinha, tendo o usufruto do chalet e o seu jardim até à sua morte em 1904. Agora podemos todos visitar este “palácio de amor”, no Parque Nacional de Sintra.

Jardins da Quinta das Lágrimas, Coimbra

Terminamos em casa e na casa da mais famosa história de amor em Portugal: a Quinta das Lágrimas. Na verdade, não foi um edifício construído por amor, mas está para sempre ligado à história portuguesa de Romeu e Julieta, a paixão entre D. Pedro e Inês de Castro. Como é sabido, este local foi o palco dos amores entre os jovens amantes. Aliás, Inês foi executada, com os filhos, sob ordens de D. Afonso IV, em Coimbra e reza a lenda que as suas lágrimas vieram a dar origem à Fonte dos Amores. Os mais antigos documentos que referem o local, datado de 1326, indicam que a Rainha Santa Isabel mandou fazer dois canais para as nascentes existentes naquela área, para fornecimento ao Mosteiro de Santa Clara. Séculos depois, em 1650, a quinta existente foi murada e, em 1730, a quinta foi adquirida pela família Osório Cabral de Castro, que mandou construir o palácio que hoje se conhece. Nesta fase, passa a usar-se o nome de Quinta das Lágrimas. No século seguinte, em 1813, o palácio teve um hóspede famoso, Duque de Wellington, que plantou duas sequoias perto da Fonte dos Amores, ainda parte dos jardins da quinta. Mais tarde, em 1850, foi mandado edificar os jardins românticos que hoje se podem visitar. Atualmente é um hotel histórico, um edifício que faz parte da ex-libris da cidade de Coimbra. Já encontrou o seu Palácio de Amor?

Seja para começar do zero e construir ou para renovar paredes com história ou ainda para entrar num palácio pronto a desfrutar, nós ajudamos a tratar do seu… E viveram felizes para sempre!