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Que futuro?
Vivemos um daqueles momentos que sabemos que ficarão nos livros de história, que serão estudados já com resultados conhecidos, que medidas foram tomadas e que efeitos tiveram… No entanto, nós estamos a vivê-lo e todos os dias somos inundados com números, estatísticas e previsões de vários países sobre a evolução da pandemia. Mas há algo que apesar de falado tem sido pouco comentado e que lá no fundo nos atormenta a mente… Que futuro? Iremos voltar para o dia a dia que conhecíamos ou estaremos perante um reinventar da sociedade e da nossa economia? Poderíamos dissertar sobre as diversas áreas da sociedade e das profundas alterações que virão, mas para já partilho uma imagem que me foi enviada e que merece uma reflexão.
É, em termos económicos, uma análise dos potenciais “vencedores e perdedores” no curto prazo desta pandemia. Os sectores em que verificámos financeiramente um impacto imediato negativo foram o Turismo e os Meios de Transporte, aviação e naval; pelo oposto tivemos um impacto positivo imediato nos fornecedores de Material Médico e Serviços Médicos e no sector de Processamento Alimentar e Retalho.

O nosso sector, o Mercado Imobiliário, acabou por ser naturalmente um dos afetados, já que existiu uma clara retração das necessidades de compra e venda assim como da liberdade de circulação e visitas que, por norma, representam grande parte da atividade. Os negócios em curso foram terminados, mas as imobiliárias tradicionais estagnaram. O contacto com os clientes é mantido e alimentado, mas vive-se uma grande incerteza sobre quando o mercado vai retomar. Mas que mercado iremos nós encontrar? Como ficará o nosso poder de compra? Como ficarão os créditos bancários?
Podia continuar a lançar questões sobre que mercado e que modelo económico iremos ter daqui a uns meses, mas deixo para vossa reflexão: que futuro queremos para nós, como sector e como cidade. Termino esta breve reflexão com a lembrança de que ao longo da nossa história já existiram momentos em que nos vimos perante crises profundas e sempre foi possível a recuperação. Veja-se o exemplo do Plano Marshall, o conjunto de medidas, que na opinião da maioria dos historiadores económicos, permitiu a recuperação de uma Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. O próprio mercado imobiliário foi devastado há poucos anos com a bolha especulativa e a falência do sistema bancário.
A verdade é que contra os piores prognósticos foi possível dar a volta e voltar a ter um mercado imobiliário próspero. O futuro é uma incerteza, mas temos um passado que nos mostra que é possível recuperar.