Viagens e Regresso!

Parar! Depois de mais um ano de trabalho chega aquele mês que, quase sempre, tem um pouco de férias para todos. Agosto é sinónimo de calor, descanso, dias grandes e com muitas horas de lazer. Já pensou como vai preencher os seus dias? A leitura é uma atividade que nos permite estar em casa e no mundo ao mesmo tempo. Não há nada melhor que podermos viajar e estar no sofá, na praia, numa esplanada. Convido-o a viagens na nossa terra que são sempre um regresso a casa.

Conduzidos pelas palavras de Almeida Garret, vamos fazer as malas e partir:

“Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, de Inverno, em Turim, que é quase tão frio como Sampetersburgo – entende-se. Mas com este clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até ao quintal.”

Viagens na minha terra é um livro complexo mas completo, denso mas romântico. Com várias vozes literárias, encontramos nas suas páginas a descrição de passeios por Portugal, intercalados com uma história de amor que se vive entre pensamentos históricos e filosóficos. Em várias passagens, assistimos a uma crítica à sociedade portuguesa, nas quais, tantas vezes, podemos até ver um passado refletido nos dias de hoje. A viagem nem sempre é simples, mas vale a pena reler uma página mais complicada pelo conhecimento imenso que esta obra nos oferece.

Depois das viagens, o regresso!

“E, mesmo assim, neste tempo raro, repara:
tu e eu estamos juntos neste verso.

O poema é como uma casa, tem paredes
e janelas, é habitado pelo presente.

Olhamo-nos nos olhos pela internet,
estamos verdadeiramente aqui.

O poema é como uma casa,
e a casa protege-nos.“

Regressamos sempre!

E que bom é regressar… Como é bom encontrar nas palavras de José Luís Peixoto a poesia da vida que nem sempre sabemos descrever.